segunda-feira, 25 de julho de 2011

Projeto Ciranda Literária

Ciranda Literária: troca de indicações literárias entre crianças de uma mesma faixa-etária

1. JustificativaQuando assistimos a um filme que nos encanta, emociona, diverte, compartilhamos com os outros estes sentimentos e tentamos convencê-los que vale a pena também viver esta experiência.
O mesmo acontece quando lemos um livro, certas narrativas nos são tão significativas, que nos fazem indicá-las para outras pessoas e convidá-las a fazer a leitura.
Com as crianças isso não é diferente, à medida que se envolvem num contexto intenso de leituras, gostam de ouvir novamente as mesmas histórias, de solicitar outras, com temas de bruxas, fadas, etc., e também apreciam compartilhar na escola ou em outros lugares, as leituras que lhe chamaram mais a atenção.
Para que isso seja vivido com mais intensidade, grupos (de próxima faixa-etária) de uma mesma escola ou salas de diferentes instituições podem fazer uma parceria indicando leituras preferidas umas para as outras. Caso as crianças não escrevam convencionalmente, podem ser produzidos textos orais com destino escrito.

* Projeto Entorno - Cardápio de Projetos, Fundação Victor Civita 2011


2. Objetivos e conteúdosOs objetivos e conteúdos da Ciranda Literária são apresentados no quadro abaixo:
Objetivos:• Fomentar o gosto pela leitura por meio da indicação dos livros preferidos;
• Discutir com as crianças as características de um texto de indicação literária;
• Produzir resenhas de indicação literária para serem trocadas entre grupos de faixas etárias aproximadas;
• Compartilhar as resenhas produzidas pelos grupos; e
• Promover um encontro entre as duas salas ou duas instituições para trocas de livros.



Conteúdos:• Práticas de indicação literária;
• Resenhas; e
• Produção textual (produção oral com destino escrito).




3. PúblicoEsse é um projeto que pode ser realizado com a Educação Infantil ou com os anos iniciais do Ensino Fundamental. Aqui, ele teve o nível de desafio ajustado para crianças da Educação Infantil, portanto, o único cuidado antes de realizá-lo com crianças do Ensino Fundamental é adequar o nível de desafio para o que é ideal para esses alunos.



4. Prazo e estruturaA Ciranda Literária tem prazo estimado de 03 a 04 meses entre planejamento e execução.
Para desenvolvê-lo são necessários: catálogos de editoras, livros literários, lápis, lápis de cor, giz de cêra e papéis variados.
Sem o comprometimento da equipe de professores, coordenadores e diretores o projeto não terá os resultados esperados, por isso, é importante programar reuniões de trabalho e planejamento, bem como de monitoramento e avaliação das etapas neste intervalo de tempo.
Além destas etapas, é preciso preparar no calendário momentos em que as etapas abaixo sejam desenvolvidas.
É importante lembrar que estudar o acervo disponível para a escola precisa, de alguma forma, ser complementado para otimizar a experiência proposta.




5. Etapas de desenvolvimento
Primeira etapa
O primeiro momento é o da roda de conversa com as crianças, ou seja, dasocialização da proposta de escrita de indicações literárias com as crianças. Nesse encontro deve-se anunciar que o grupo de alunos fará o levantamento de todas as histórias que foram lidas pelo professor e que, depois, escolherá as que mais foram interessantes para que as crianças de outro grupo também leiam.
Deve-se deixar que as crianças mesmas lembrem-se dos títulos, de partes das narrativas e que algumas justifiquem o porquê das escolhas.
É importante que o professor registre previamente por escrito a presença das crianças nos dias de leitura, a lista dos títulos escolhidos pata leitura e, depois, quais os livros que os alunos mais gostaram. Essa lista de títulos deve ser afixada na sala para que as crianças escolham aproximadamente cinco títulos para serem indicados para o outro grupo.



Segunda etapa
Nessa etapa, é preciso dividir as crianças em grupos e distribuir catálogos de várias editoras de livros infantis para que tentem antecipar como são os textos que constam nestes materiais. Se o grupo já tiver crianças alfabetizadas, garantir pelo menos uma em cada agrupamento para que leiam por si mesmas tais textos e depois a professora compartilha com todos. Caso contrário, a
professora lê os textos para toda sala que cada grupo escolheu a partir das imagens que constam nestes catálogos.
É importante que o professor escolha uma resenha de um livro já conhecido pelo grupo e realizar a leitura.
Após ler vários textos destes catálogos, devem-se realizar os seguintes encaminhamentos:
1- Questão para o grupo: como são estes textos lidos, eles contam a história do livro todo? (essa questão permite retomar a resenha do livro já conhecido pelo grupo).
É importante neste momento anotar as falas das crianças.
2- Deve-se, então, escolher com o grupo algumas resenhas dos catálogos e apresentar. A partir daí, é importante pedir que alguma criança escolha um livro da biblioteca da sala, que conste na lista dos livros preferidos, para que o grupo tente fazer oralmente uma resenha.
3- Depois da resenha é preciso conversar sobre a produção de resenhas de indicação literária para as crianças da outra escola, para que, assim, o outro grupo conheça as histórias preferidas e sinta-se convidado a ler também.



Terceira etapaDepois da discussão sobre as resenhas, devem-se retomar os cinco títulos preferidos do grupo e escolher um para escrever a resenha.
Para encerrar essa etapa, recomenda-se uma situação de texto oral com destino: as crianças ditarão o texto e a professora fará o registro na lousa ou caderno.
É importante reproduzir com as anotações as ideias do jeito como as crianças ditarem, deixando a revisão final para outro momento.



Quarta etapaFaz-se neste momento a releitura do texto que foi produzido pelo grupo. Se o texto possuir muitas marcas da oralidade, como “ai”, “né”, “então”, discute-se com as crianças para reescrevê-lo retirando isso e as repetições. O professor pode anunciar que o texto estava repleto destas expressões e que fica muito feio para quem lê.
Para essa etapa deve-se reapresentar uma resenha do catálogo e pedir que eles analisem se o texto tem estas expressões. Depois o texto é reescrito na lousa e lido em voz alta para que as crianças, parte por parte, discutam sobre o mesmo. O professor pode decidir, quando as crianças não conseguirem, fazer certas alterações, mas é importante que a maior parte seja compartilhada com o grupo.



Quinta etapaEssa etapa final consiste em decidir com o grupo como será o produto final do projeto: um livro com os textos e ilustrações das resenhas ou um cartaz para ser afixado na sala do outro grupo.
Será, então, preciso realizar a escrita de mais uma resenha e seguir os encaminhamentos anteriores. É preciso combinar com o grupo, se for escolhido um livro, por exemplo, como poderão ser feitas as ilustrações. A sala pode ser dividida de maneira que cada grupo fique responsável pela ilustração de uma resenha (os desenhos podem ser produzidos em papéis de tamanho reduzido e depois recortados no formato para que caibam todos numa mesma página).
Assim que as resenhas dos livros escolhidos terminarem, o professor em parceria com as crianças organizará os desenhos produzidos e montará o livro ou o cartaz.
Se for o livro, não esquecer de: fazer um índice, colocar nome dos autores das resenhas e, se possível, anexar fotos das crianças (no momento de produção dos textos, desenhos, com o livro pronto...).
Para concluir o trabalho, combina-se um dia para que este livro ou cartaz seja entregue e de preferência com um momento em que as crianças possam se encontrar para fazer uma roda de indicação literária e trocar o que foi produzido e presentear umas as outras com um livro de histórias para fazer parte do acervo de cada grupo.



6. AvaliaçãoÉ importante avaliar e compartilhar os resultados alcançados, considerando-se principalmente:
• o acompanhamento dos avanços das crianças com relação aos objetivos do projeto;
• o planejamento de intervenções individualizadas e/ou replanejamento; e
• o reajuste das etapas do projeto em função desse processo.



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Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Rubem Alves

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